O Projeto Novos Olhares da ABEA – Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo tem por objetivo divulgar a boa produção acadêmica dos cursos de Arquitetura e Urbanismo do Brasil em parceria com a UIA2021RIO e o Rio Capital Mundial da Arquitetura. Nesta edição, foram selecionadas propostas de alunos que tratam de temas centrais do XXVII Congresso Mundial de Arquitetos que teve seu início, no formato eletrônico, em março de 2021.
Os dois temas, FRAGILIDADES E DESIGUALDADES e DIVERSIDADE E MISTURA, atraíram projetos de diversas instituições, curiosamente, todas concentradas na Região Sudeste e, em sua maioria, localizadas em importantes cidades de médio porte como Uberlândia, Sorocaba e Niterói. Este pode ser um indício de que problemas antes reservados às grandes metrópoles, hoje, espalham-se pelo território urbano brasileiro. A boa notícia é que a capilaridade das instituições de ensino de qualidade pelo país permite que os alunos desenvolvam soluções locais para questões específicas de cada cidade. Outros pontos de destaque desta edição são: a relação entre teoria e prática refletida difusamente nos trabalhos e a sensibilidade social despertada nos estudantes, o que parece reforçar, em certo grau, a defesa crescente e incondicional da ABEA por uma Arquitetura e um Urbanismo mais inclusivos.
Foram selecionados 6 trabalhos para serem publicados nas mídias sociais.
Agrupados por temas e em ordem alfabética, seguem os trabalhos selecionados, seus autores e pareceres do Júri.
FRAGILIDADES E DESIGUALDADES
HABITAÇÃO SOCIAL – PARAISÓPOLIS – Thiago Santos Oliveira: “A contextualização do projeto revela sensibilidade e atenção com as demandas sociais. O programa incorpora espaços de uso coletivo e se apropria do uso da “laje” de cobertura para o lazer comum. O projeto é enxuto, bem implantado em terreno irregular e com acentuada declividade, e tira proveito do desnível para prover acessos independentes ao comércio e à habitação.”
Habitação Social como Mecanismo de Integração – Clauthion Gomide Passos: “O projeto intitulado Habitação Social como Mecanismo de Integração: Vila Esperança articula o protagonismo da comunidade e as gradações entre espaço púbico e espaço privado. A implantação integra a habitação à arquitetura da paisagem e potencializa os condicionantes bioclimáticos do sítio. A proposta também eleva a construção de baixo custo a uma manifestação cultural popular, além de lhe conferir alto valor simbólico pela marcação cromática dos seus complexos conjuntos multifamiliares.”
O uso da Planta Livre numa Edificação Multifamiliar Acessível– Fernanda Gamma: “A proposta tem uma solução que utiliza o conceito de planta livre, criando um edifício capaz de ser adaptado a diferentes necessidades. Essa decisão permite que haja uma diversidade na apropriação dos espaços, adoção de sistemas construtivos com menor geração de resíduos e inclusão, pois os diferentes desenhos apresentados consideram a distribuição espacial para atendimento a pessoas com deficiência.”
QUADRA ABERTA MULTIFUNCIONAL – Uma Proposta para o centro de Uberlândia – MG– Ana Luísa Trevisan dos Santos: “O projeto apresenta uma solução para o centro de Uberlândia que ao mesmo tempo propõe um adensamento e cria permeabilidade visual e física, ao propor um edifício de uso misto, mas com uma rua de pedestres que permite a circulação pelo térreo. A distribuição dos usos ao longo dos pavimentos com comércio no térreo, prestação de serviços nos pavimentos superiores imediatos e habitação acima desses, contribui para que a região tenha uma vitalidade em todos os períodos do dia.”
DIVERSIDADE E MISTURA
Mariposas – Centro de Oportunidade e Empoderamento da Mulher – Bruna Bertoletto de Oliveira: “A relevância da proposta está, não somente na boa qualidade do projeto, mas também, na atenção à questão da vulnerabilidade da mulher no contexto urbano e no simbolismo do renascimento e da valorização das escolhas pessoais por meio da arquitetura.”
Requalificação Socioespacial nos Centros Históricos das grandes cidades através da multiplicidade de usos. (Complexo Multifuncional – Coworking, Cultura e Habitação) – Amanda Gomes Jesus: “O projeto é bem articulado e a praça criada entre os blocos favorece a interligação e valoriza os equipamentos de valor histórico vizinhos. A materialidade revela atenção aos princípios bioclimáticos e constitui boa expressão formal.”